Você não vai gostar de mim!
Gosto de coisas absurdas demais. Gosto de passar horas deitado sobre o gramado lendo velhos livros com cheiro de traça. Tiro foto de pedras e formigas. Gosto de longas caminhadas por estradas rurais e subo montanhas só para poder ver a vida de uma parte mais atraente.
Às vezes vou lhe propor ver filmes velhos que falam de corações partidos e vou pedir que você prenda a sua atenção na maçã que esta no fundo da imagem. “Essa é a melhor parte!”
Esse sou eu! Uma pessoa que gosta de coisas que não fazem sentido de imediato ou é preciso procurar algo que una elos partidos entre a realidade e a fantasia.
Mas de que adianta viver coisas que são de outros e não suas? Preciso viver as minhas loucuras pessoais. Beber dos meus venenos e medos. Ouvir a alegria que só eu sei e amar da melhor forma que se encaixe.
Admito que boa parte do tempo seja só o reflexo dos atos alheios, é porque fica difícil ser eu e ainda explicar (em ocasiões tenho de legendar, mas nem todo mundo gosta de legendas). Então fica mais fácil ser como os outros.
Mas isso te mina, te contorce por dentro e quando você menos espera está num quarto escuro olhando para o espelho e não se reconhece. O seu olho interior não funciona mais, sua alma esta cega. E começa a tropeçar no amor, na vida e na sua própria existência.
Meio cansado de mentir pra pessoa mais importante do mundo, resolvi me revirar do avesso e confessar que não aguento mais esse mundo cheio de quereres singulares que tanto me assusta. Preciso da minha esquisitice particular, meu véu de anormalidade.
Mas antes de acordar preciso dormir. Porque nos sonhos achamos o ponto do novelo que nos leva pra fora dos pesadelos mais profundo!