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Tem Horas?

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– Com licença, tem horas? – Disse ele, tocando-lhe gentilmente o ombro esquerdo.

Sobressaltada, tirou os fones de ouvido. – Desculpe?!

– Eu perguntei se você tem horas?

Tirou o telefone do bolso da calça.

– Dez para as três.

– Obrigado.

– Por nada. – Aproveitou e deu uma olhada rápida nas atualizações do face e o guardou novamente no bolso do jeans. – Por que? Continuar lendo Tem Horas?

O Monstro*

*Gostaria de deixar claramente explicado 
que o texto a seguir é fruto de pensamentos e 
não reflete em nada a vida pessoal do autor.
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Às vezes você não consegue manter as aparências. E quando digo “você”, quero dizer “eu”.

Mas vamos falar a verdade pelo menos por agora, enquanto eu ainda não me arrependo de escrever algo assim, tão pessoal!

Enfim, o lado pessoal é sempre mais “difícil” – se essa palavra pode ser usada neste contexto – de ser expresso com palavras. Conhecer alguém é algo mais além do que simplesmente sentar-se e bater um papo sobre como somos parecidos.

Demora tempo para se acostumar, mas você pega o jeito quando a vida começa a se voltar contra você e nota-se que sempre houve algo errado em tudo. Aquele desejo estranho de aceitação.

Aceitação, normalidade, monotonia, prosaísmo. Um belo saco essas quatro palavras.

Diga-se de passagem, que nenhuma delas me levou muito longe em coisa alguma. E porque ainda insisto? Deva ser por masoquismo, porque não consigo imaginar outro motivo…

Mas pensando bem… talvez haja…

Quem sabe, se eu me esforçar, consiga entender o que me motiva a caminhar sempre para a porta do porão quando um ruído sinistro atravessa o ar. Pessoas normais, monótonas e prosaicas aceitariam a ideia de correr para longe do perigo. Algo que não é o meu caso.

Porque o curioso sentimento de medo nos impele. Somos viciados nesta adrenalina que arrepia os pelos das mãos suadas sobre a maçaneta fria. Precisamos abrir esta porta, precisamos deste risco, mesmo sabendo que as chances de sobreviver diminui a cada passo dado sobre os degraus que rangem assustadoramente. Você está sozinho, ninguém segura sua mão.

“Eu preciso ver o que está lá embaixo!” Sei disto, “Eu preciso ver…!”.

Então acontece!

Três facadas no peito depois e estamos numa sorveteria nos apaixonando de novo.