*Gostaria de deixar claramente explicado
que o texto a seguir é fruto de pensamentos e
não reflete em nada a vida pessoal do autor.
Às vezes você não consegue manter as aparências. E quando digo “você”, quero dizer “eu”.
Mas vamos falar a verdade pelo menos por agora, enquanto eu ainda não me arrependo de escrever algo assim, tão pessoal!
Enfim, o lado pessoal é sempre mais “difícil” – se essa palavra pode ser usada neste contexto – de ser expresso com palavras. Conhecer alguém é algo mais além do que simplesmente sentar-se e bater um papo sobre como somos parecidos.
Demora tempo para se acostumar, mas você pega o jeito quando a vida começa a se voltar contra você e nota-se que sempre houve algo errado em tudo. Aquele desejo estranho de aceitação.
Aceitação, normalidade, monotonia, prosaísmo. Um belo saco essas quatro palavras.
Diga-se de passagem, que nenhuma delas me levou muito longe em coisa alguma. E porque ainda insisto? Deva ser por masoquismo, porque não consigo imaginar outro motivo…
Mas pensando bem… talvez haja…
Quem sabe, se eu me esforçar, consiga entender o que me motiva a caminhar sempre para a porta do porão quando um ruído sinistro atravessa o ar. Pessoas normais, monótonas e prosaicas aceitariam a ideia de correr para longe do perigo. Algo que não é o meu caso.
Porque o curioso sentimento de medo nos impele. Somos viciados nesta adrenalina que arrepia os pelos das mãos suadas sobre a maçaneta fria. Precisamos abrir esta porta, precisamos deste risco, mesmo sabendo que as chances de sobreviver diminui a cada passo dado sobre os degraus que rangem assustadoramente. Você está sozinho, ninguém segura sua mão.
“Eu preciso ver o que está lá embaixo!” Sei disto, “Eu preciso ver…!”.
Então acontece!
Três facadas no peito depois e estamos numa sorveteria nos apaixonando de novo.