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360 (2012)

“Se houver uma bifurcação na estrada, pegue-a!”.

Não é assim que o destino funciona? Ou melhor, o destino não funciona de maneira previsível por que não existe somente uma possibilidade em nosso caminho? Há muitos atalhos por onde podemos nos perder, rotas alternativas e passagem que não levam a lugar algum. Porem se o destino fosse uma estrada sem bifurcações, encruzilhadas, qual seria o sentido da vida?

Então não hesite. Seja qual for o destino escolhido, siga-o. Às vezes o nosso desvio pode ser uma pessoa, uma crença, o medo, a raiva ou o desejo. No entanto, para saber ate onde podemos ir, precisamos desviar um pouco na vida, seja pelo bem ou por nosso mal.

A vida é uma estrada de começo, meio e fim. Mas o meio pode ser um começo ou um fim, basta escolher um caminho.

Sinopse

Inspirado em “La Ronde”, clássica peça de Arthur Schnitzler, 360 é uma reunião de histórias dinâmicas e modernas, passadas em diversas partes do mundo. Laura (Maria Flor) é uma mulher que deixou a vida na terra natal para tentar a sorte em Londres ao lado do namorado Rui (Juliano Cazarré). Ao descobrir que o parceiro está tendo um caso com Rose (Rachel Weisz), ela decide voltar para o Brasil. Na volta pra casa, ela conhece um simpático senhor (Anthony Hopkins) e Tyler (Ben Foster), duas pessoas em momentos difíceis em suas vidas. Num outro lado da história, Mirka (Lucia Siposová) é uma jovem tcheca que começa a trabalhar como prostituta para juntar dinheiro. Ao mesmo tempo, lida com a desaprovação da irmã Anna (Gabriela Marcinkova). O primeiro cliente de Mirka é Michael (Jude Law), que por sua vez é casado com Rose.

Dirigido por Fernando Meirelles, filme começa em Viena e passa por Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e Phoenix.

Hedwig: rock, amor e traição (2001)

Existe uma antiga lenda sobre a origem do amor.

a muito tempo, antes de tudo o que conhecemos como real existisse, haviam criaturas de um unico corpo e de duas almas. Um dia os deuses, tomados de ira e inveja, dividiram essa criatura em duas e as separam pelo mundo, amaldiçoando-as a viver uma vida solitaria e incompleta.

Foi dessa lenda que surgiu a expressão “alma gemea”.

o filme “Hedwig: rock, amor e traição” fala com muita musica, otima atuação e excelente fotografia sobre como procuramos nós completar na procura desse amor roubado.

bem, não irei falar muito sobre o filme. Espero que alguem o assista e possa compartilhar sua opnião com os demais leitores.

Bom filme pessoal!!!

Sinopse

Hansel é um jovem que mora em Berlim Ocidental e que sonha em se tornar uma grande estrela do rock nos Estados Unidos. Até que ele conhece um belo americano que lhe promete amor e liberdade e que pode fazer com que todos os seus sonhos se tornem reais. Mas para ir para os Estados Unidos juntamente com ele Hansel precisará fazer uma operação de mudança de sexo, pois somente assim com ele poderá se casar. Assim nasce Hedwig (John Cameron Mitchell), que chega a Kansas no mesmo dia em que o Muro de Berlim é derrubado. Preparando-se para dar início à sua carreira, Hedwig utiliza pesada maquiagem, uma peruca a la Farrah Fawcett e forma sua própria banda, chamada The Angry Inch. Porém, Hedwig logo se apaixona por um garoto de 16 anos chamado Tommy Gnosis (Michael Pitt) que acaba lhe dando um golpe e roubando suas canções, tornando-se assim a estrela do rock que Hedwig sempre sonhou ser. Recusando-se a ser derrotada, Hedwig começa então a cantar juntamente com sua banda em restaurantes e bares, buscando o reconhecimento por seu trabalho.

 

Cris Do Contra

A maior parte das pessoas que me conhece já estão bem acostumadas com esse meu jeito de ser. Mas caso um dia venhamos bater um papo mais longo, de preferência regado a bastante café, você notara que não sou muito passivo as opiniões. Sou do tipo “do contra”.

Mas sou bem diferente das pessoas que gostam de ser sempre de esquerda, de opinião inversa, seja de tudo ou de todos, preferem ser contra qualquer ideia pelo simples prazer de ser e ver alguém irritado. Eu não sou assim.

Vou me sentar, ouvir atentamente, concordar em muitos pontos, no entanto, não espere sempre que eu diga: “concordo plenamento!”. Isso seria uma raridade, como um mamute congelado no ponto mais frio do polo norte. Não leve a mal, mas essa é a parte mais divertida de conhecer a ideologia do mundo todo. Como sempre digo, é discordando que a gente aprende.

Quando ficamos muito respectivos, acabamos absorvendo muita informação errônea ou incompleta. Por isso questionar, informar-se é algo importante. Quem nunca ficou com cara de tacho quando entrou numa roda de cirurgiões e não sabia bem o que disser, ou não tinha mesmo o que falar? Fico como um daqueles cachorrinhos de taxi balançando a cabeça para cima e para baixo, gemendo um “an-han” ou “humm”. Finge saber, mas não entendeu nem bulhufas.

Aceite, você é um idiota! Melhor exemplo é a capacidade de morrer na frente da tevê assistindo toda aquela enxurrada de informações, seja interessante ou superficial, por longas horas. É normal, eu sei, ficar absorvendo tudo aquilo, mas não é o ideal.

Comigo isso não rola! Não tenho vocação para ser antena. Existir somente para receber informação – seja qual for – de forma passiva. Prefiro comparar-me a um satélite, recebo e transmito o que penso de forma abrangente, depois de um crivo de avaliação. Pensar bem no que iremos falar é muito importante para não passar por ignorante na frente de alguém. Disser que a obra “divina comedia” é de longe a melhor comedia. Não me faça isso, por favor.

Então fica a dica (adoro esse clichê, aff): questione tudo, não aceite qualquer coisa que lhe digam, procure a verdade por si mesmo e, o mais importante, não acredite no que acham de você.

Eu nasci gay, aceito minha condição e não pretendo ser como os “outros”. Demorei anos construindo essa personalidade forte e inabalável, fora desse habito autodestrutivo ao que algumas pessoas se moldaram como uma forma de proteção e se integrar a algum grupo, mesmo diferente dos seus valores, no desespero de se sentir incluso. Não preciso de uma parada gay para saber quais são meus direitos e deveres como cidadão, seja homo ou heterossexual. E não vai ser a opinião do mundo que ira mudar essa cabeça dura.

E se ser “do contra” significa defender o que se acredita, então que seja.

Um Pôr-Do-Sol

Dias atrás esbarrei com um velho amigo, desses que emprestamos a confiança de um conselho ocasional, mesmo que esse não seja requerido. Mas que vá! Lá estávamos, olho no olho. O vidro embasado pela nevoa morna do banho quente. A face lambuzada de creme barbear.

Um fio rubro descendo pelo lado esquerdo do pescoço. “quase me degolei com essa porra de barbeador”, meio irritado com a presa empregada que quase me custou um naco a menos de pele no pescoço. Flagro-me nos olhos castanhos de expressão cansada que, outrora, virão tantas coisas belas e pérfidas pela vida.

Não que tenha sido longa ate aquele momento, mas vamos ser francos, vivemos tanto em tão pouco tempo que às vezes tudo tem lá o seu sabor secular.

E estávamos, frente a frente, presente e passado. Sangrando a goela num fio indecente de realidade. Eu nunca me senti tão vivo. Tão belo. Tão ironicamente feliz como agora. Nessa satisfação meio torpe esqueço à hora e o compromisso. “O que era mesmo?”. E lembranças assaltam-me num segundo de introspecção. Me pego a sorri por coisas tolas e lindas.

Pessoas, amigos, irmãos. Um abraço no meio da noite acordando-me para dentro de um sonho. O amor, em tantas formas e texturas, sabores multicoloridos de um céu azul. E confessarei que ouço sinos de viva la vida tocarem quando o sol se deita por entre montanhas que horas eu galguei. E tanto me pergunto se alguém às vezes parou de subir e virou-se e olhou mais atentamente aquela aquarela com mesmo amor que olha o rosto de quem ama. Um por do sol é único, um sorriso também.

Por isso coleciono fotografias, quase instintivamente, do por do sol. E se possível, quando puderes, me presenteei com um por do sol. Ou um sorriso. Mesmo que não conhecendo outra forma de sorrir do que a fajuta que tenho tido a necessidade de enfeitar um retrato aqui outro acolá, admiro os sorrisos. Safados e acanhados. De olhos semi-fechados ou cegos. Com lagrimas ou sem motivo. Somente sorriso.

E agora estou sorrindo.  Agora sou dia radioso.

– nunca se esqueça de sorrir meu amigo – digo a mim mesmo sem medo de ser dado como louco, olhando para o individuo semi nú do outro lado do reflexo.

E como pescado de volta pra margem do tempo, quase escasso, lembrei-me do compromisso e do atraso empregado para perceber algo tão simples. Completei o resto do barbeado. Colei um esparadrapo sobre o corte e fui para vida, deixando no embaçado espelho o desenho feito com a ponta do indicado de um rosto feliz. “Molecagem de menino”.